Um estudo recentemente publicado na revista científica Psychological Science in the Public Interest avaliou dez técnicas comuns de aprendizagem para classificar quais possuem de fato a melhor utilidade.
Técnicas bastante populares no Brasil, como resumir, grifar, utilizar
mnemônicos, visualizar imagens para apreensão de textos e reler
conteúdos foram classificadas como as de utilidade mais baixa.
Três práticas foram encaradas como de utilidade moderada: interrogação elaborativa, auto-explicação e estudo intercalado.
E as duas que obtiveram o mais alto grau de utilidade na aprendizagem foram as técnicas de teste prático e prática distribuída.
É a ciência desaprovando boa parte do meu método de estudo, muito
baseado em resumos, grifos, mnemônicos e mapas mentais.
Lembre-se de que o ranking reflete os resultados do estudo, porém
cada pessoa tem o seu estilo de estudo e nada está escrito em pedra.
Dito isto, falemos agora sobre as dez técnicas, das piores para as
melhores.
Grifar (utilidade:baixa)
Prepara-se para dar um descanso ao seu grifador amarelo. O estudo
aponta que a técnica de apenas grifar partes importantes de um texto é
pouco efetiva pelos mesmos motivos pelos quais é tão popular:
praticamente não requer esforço.
Ao fazer um grifo, seu cérebro não está organizando, criando ou
conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma (pouca)
utilidade quando combinada com outras técnicas.
Releitura (utilidade:baixa)
Reler um conteúdo, em regra, é menos efetivo do que as demais técnicas
apresentadas. O estudo, no entanto, mostrou que determinados tipos de
leitura (massive rereading) podem ser melhores do que resumos
ou grifos, se aplicados no mesmo período de tempo. A dica é reler
imediatamente depois de ler, por diversas vezes.
Mnemômicos (utilidade:baixa)
Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória;
que serve para desenvolver a memória e facilitar a memorização (diz-se
de técnica, exercício etc.); fácil de ser lembrado; de fácil
memorização.
O estudo da Psychological Science in the Public Interest mostrou que
os mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são importantes e
quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de memorizar.
Assuntos que não se adaptam bem a geração de palavras-chaves não
conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos. Então,
utilize-os em casos específicos e pouco tempo antes de teste.
Visualização (utilidade:baixa)
Os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto
liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação a memorização de
frases. Em relação a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco
efetiva.
A transformação das imagens
mentais em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e
ainda trouxe o inconveniente de limitar os benefícios da imaginação.
Isso não invalida completamente o uso de mapas mentais para estudos,
já que esses consistem além de desenho a conexão de ideias e conceitos.
De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a visualização não é
uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos inferidos de
textos.
Resumos (utilidade: baixa)
Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem.
O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas.
Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a técnica de
resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. A
técnica pode ser uma estratégia efetiva para estudantes que já são
hábeis em produzir resumos.
Interrogação elaborativa (utilidade:moderada)
A técnica de interrogação elaborativa consiste em criar explicações
que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são
verdadeiros.
O estudante devem concentrar-se em perguntas do tipo Por quê? em vez de O quê?.
Esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro, pois
concentra-se em compreender as causas de determinado fato, investigando
suas origens.
Auto-explicação (utilidade:moderada)
A auto-explicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem
de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e
explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo.
O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.
Estudo intercalado (utilidade:moderada)
A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de uma
vez ou intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais
aleatória.
Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade maior em
aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como
ciências exatas).
O principal benefício da intercalação, como já havíamos observado, é
fazer com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.
Teste prático (utilidade:alta)
Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das
duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou
que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que
outras técnicas.
Prática distrubuída (utilidade:alta)
A prática distribuída consiste em distribuir o estudo ao longo do
tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um bloco só.
Pesquisas mostram que o tempo ótimo de distribuição das sessões de
estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser lembrado.
Por essa conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, você deve
espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma
semana, deve estudar uma vez por dia.
A prática distribuída também pode ser interpretada como a
distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia,
intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã,
uma hora à tarde e outra hora à noite.
Fonte:http://mude.nu/estudo-10-melhores-formas/
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