Imagine um bebê recém nascido. Ele chora, produz sons, mais adiante começa imitar a fala humana, a fase que dizemos popularmente que ele está falando “bebês”, mas ele já nasce com todo o seu aparelho fonador formado, por isso está pronto pra falar. Então, porque ele já não nasce conversando com as pessoas?
Aparelho Fonador
Algumas teorias, como a do INATISMO, defendida por Noam Chomsky, afirma que o ser humano é provido de uma gramática inata, ou seja, esta já nasce com a pessoa, e vai tomando forma conforme o seu desenvolvimento. E a criança toma como base a fala dos adultos, que serve de estrutura para o desenvolvimento de suas próprias regras. A partir do momento que a criança incorpora como modelo algumas estruturas da língua mãe, não é porque imitou, mas por que incorporou novos modelos de regras para sua língua.
Outros teóricos, no entanto, defendem que as crianças adquirem a fala através da IMITAÇÃO, isto é, ouvem os adultos e os imitam.
Bem, em uma teoria ou em outra, fica claro que o MEIO em que vivem as crianças influencia diretamente na aquisição do idioma. Isto é, tendo uma gramática internalizada ou não, o IMPUT, quer dizer, a quantidade e a qualidade de informações que recebemos em determinado idioma, vai influenciar diretamente no tempo e na eficácia de nossa aquisição, seja ela do idioma materno ou de um segundo idioma. Histórias populares, como Tarzan, filmes e estudos científicos comprovam que se criarmos uma criança sem contato nenhum com a língua falada ela seguramente não vai adquirir nenhuma língua falada, talvez possa adquirir uma língua gestual ou algo semelhante, mas não falará.
Aonde queremos chegar com toda essa explicação? Queremos parar agora e voltar nossas reflexões para o aprendizado de um segundo idioma, ou terceiro, ou quarto... Enfim um idioma estrangeiro. Se um bebê, que já nasce pronto para falar, leva de 5 a 7 anos para falar corretamente, empregar um número de vocábulos considerável e usar as estruturas da língua de forma adequada estando em contato com o idioma 24 horas ao dia. O que é recomendado então para a aquisição de um novo idioma?
Recomenda-se que o IMPUT seja o maior possível, isto é, que o estudante se exponha ao idioma o máximo que puder, que o escute, que o leia o máximo de vezes possível. Ir à aula uma vez por semana vai lhe mostrar o caminho, vai corrigir seus erros, lhe mostrar novas estruturas, mas a aquisição da fala virá com a prática, com o contato, com a quantidade e a qualidade de IMPUT que você recebe no seu dia a dia.
Professores de idiomas recomendam ao menos 1 hora de dedicação diária, mas sabemos que em nossa rotina diária é bastante difícil dispor de uma hora para estudar, se já trabalhamos o dia todo e fazemos faculdade à noite, mas a realidade é essa. Fazer um curso de idiomas com o objetivo de aprender a falar é muito mais do que simplesmente ir à aula!
Por isso, a idéia de aproveitar o verão, período de férias nas universidades, para tentar uma espécie de imersão. Os cursos de intensivo são super recomendados para estas situações. Níveis inteiros que em muitas escolas tem a duração de 6 meses, cursados em apenas 1 mês, sem redução de conteúdos nem de carga horária, com aulas diárias (esse é o segredo), e com o final de semana livre para aproveitar as vantagens do verão.
Sempre é recomendável começar o novo ano com novas perspectivas e o conhecimento de um novo idioma é exigência do mercado de trabalho hoje. Aproveitar as férias para adquirir este novo conhecimento com qualidade e agilidade é a idéia dos intensivos de verão, aumentar o IMPUT, “obrigando” o aluno a estar em contato com o idioma todos os dias.
Por Ana Paula Grison
Especialista em Ensino de Línguas Estrangeiras e Coordenadora da Idiomas Four
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